domingo, 29 de abril de 2012

Let it be...


Tem coisa que não tem como prever. Tem situações que não sei nem mesmo onde me colocar. Se dou um passo á frente... ou se recuo... ou mesmo se fico parada esperando, seja lá o que for, chegar até a mim. É necessário cautela, a ilusão está á todo momento á minha volta. Preciso de argumentos melhores, preciso de motivação pra ter fundamento, preciso saber onde piso, conhecer o espaço pra poder ocupar, arriscar. Como um penhasco, preciso estar segura pra poder me jogar. Só preciso de um gesto seu que me traga a certeza de que estou num barco furado, mas que tenho alguém que não vai deixá-lo afundar, alguém que vai remar comigo, me trazer segurança e me deixar despreocupada. Mas algo dentro de mim quer acreditar, no meio de uma grande confusão e congestionamento dos meus pensamentos, o meu eu-interior está repleto da certeza de que o que há de vir, traz a paz- que não esteja enganado.


terça-feira, 17 de abril de 2012

Espontâneo?




Quando fazemos tudo para que nos amem e não conseguimos, resta-nos um último recurso: não fazer mais nada. Por isso, digo, quando não obtivermos o amor, o afeto ou a ternura que havíamos solicitado, melhor será desistirmos e procurar mais adiante os sentimentos que nos negaram. Não fazer esforços inúteis, pois o amor nasce, ou não, espontaneamente, mas nunca por força de imposição. Às vezes, é inútil esforçar-se demais, nada se consegue;outras vezes, nada damos e o amor se rende aos nossos pés. Os sentimentos são sempre uma surpresa. Nunca foram uma caridade mendigada, uma compaixão ou um favor concedido. Quase sempre amamos a quem nos ama mal, e desprezamos quem melhor nos quer. Assim, repito, quando tivermos feito tudo para conseguir um amor, e falhado, resta-nos um só caminho...o de mais nada fazer.

(Clarice)

segunda-feira, 16 de abril de 2012




Então me vens e me chega e me invades e me tomas e me pedes e me perdes e te derramas sobre mim com teus olhos sempre fugitivos e abres a boca para libertar novas histórias e outra vez me completo assim, sem urgências, e me concentro inteiro nas coisas que me contas, e assim calado, e assim submisso, te mastigo dentro de mim enquanto me apunhalas com lenta delicadeza deixando claro em cada promessa que jamais será cumprida, que nada devo esperar além dessa máscara colorida, que me queres assim porque assim que és.
(Caio F.)